Escolas de samba da Série A vivem incerteza sobre verba da prefeitura do Rio

Agremiações do grupo de acesso ainda não sabem quanto e quando receberão a subvenção municipal e temem nova redução

Se as escolas do Grupo Especial enfrentam dificuldades para receber o dinheiro da prefeitura, a situação da Série A é pior.

Segundo a Lierj, liga das agremiações da primeira divisão de acesso, não há qualquer sinalização de quanto e quando a subvenção chegará – e se vai haver de fato repasse. O contrato ainda não foi assinado.

Procurada pelo Setor 1, a Lierj informou, por meio da sua assessoria de comunicação, que a verba da prefeitura corresponde a 88% do orçamento das escolas. Ou seja, se o dinheiro não aparecer, algumas agremiações podem sofrer cortes drásticos em seus projetos.

“Sem ela [verba], os desfiles da Série A ficariam totalmente prejudicados, uma vez que as escolas já se comprometeram com fornecedores e prestadores de serviços através de cartas de crédito, único meio viável para tornar possível a produção do Carnaval, já que a subvenção vem sendo disponibilizada cada vez mais tarde”, declarou a liga, que ainda citou os problemas que algumas escolas enfrentam por terem sido despejadas de seus barracões.

“A Liga reitera que segue prestando o devido suporte às agremiações para tentar encontrar soluções que minimizem o impacto que já vem sendo sentido na Série A”, conclui.

Unidos de Padre Miguel 2018 – Fernando Grilli/Riotur

A expectativa é que os valores pelo menos permaneçam no mesmo patamar do ano passado, quando já houve uma redução de 50% em relação ao Carnaval anterior. Assim, as 13 escolas receberiam cerca de R$ 6,4 milhões – pouco mais de R$ 490 mil para cada uma.

A notícia da última semana, de que a prefeitura, a princípio, só garante R$ 500 mil por agremiação do Grupo Especial, e não o R$ 1 milhão esperado, já acendeu o sinal amarelo na Série A. O que dirigentes se perguntam é: e se a prefeitura decide reduzir também a subvenção do acesso?

Além do valor, os prazos também preocupam. No último Carnaval, o dinheiro foi depositado a menos de 20 dias dos desfiles.

Leia abaixo a nota da Lierj na íntegra:

A Lierj ressalta que, até o momento, não foi assinado o contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro e, consequentemente, não há novidades sobre a subvenção municipal ao Carnaval de 2019 da Série A. Vale destacar que a verba prometida corresponde a 88% do orçamento das agremiações. Sem ela, os desfiles da Série A ficariam totalmente prejudicados, uma vez que as escolas já se comprometeram com fornecedores e prestadores de serviços através de cartas de crédito, único meio viável para tornar possível a produção do Carnaval, já que a subvenção vem sendo disponibilizada cada vez mais tarde.

Além disso, as escolas do grupo ainda sofrem com problemas de barracão, com muitas delas sendo despejadas dos espaços sem qualquer novo horizonte para a construção e preparação dos desfiles. A Liga reitera que segue prestando o devido suporte às agremiações para tentar encontrar soluções que minimizem o impacto que já vem sendo sentido na Série A.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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