A prefeitura do Rio de Janeiro assinou nesta sexta-feira, 4, o contrato com a Liesb para o repasse da subvenção de R$ 3 milhões para as escolas de samba da Intendente Magalhães. Um cheque simbólico com o valor foi entregue à entidade.
O prefeito Marcelo Crivella atendeu a um pedido das agremiações e prometeu realizar o primeiro pagamento, de R$ 1 milhão, ainda em outubro. As demais parcelas estão previstas para novembro e dezembro, melhor do que a Liesb imaginava – a entidade esperava começar a receber em novembro.
Em declaração divulgada pela assessoria de comunicação da Liesb, Crivella exaltou os desfiles dos grupos de acesso em tom de nostalgia e citou “nossos ancestrais”.
“Um apoio fundamental a Intendente Magalhães, um carnaval que faz nos lembrar do nosso passado, dos nossos ancestrais que lutavam para celebrar a festa com toda garra. A primeira cota, de R$ 1 milhão, será paga ainda em outubro e as outras em novembro e dezembro, vamos todos chegar no desfile com tudo pronto e as agremiações sem dívidas”, finalizou Crivella.
Além de Crivella e da diretoria da Liesb, também participaram do encontro na sede da prefeitura o presidente da Riotur, Marcelo Alves, e o vereador Doutor Gilberto (PMN).
Gilberto é autor do projeto de lei que visa proibir investimento público municipal, incluindo fornecimento de serviços da prefeitura, a eventos com cobrança de ingresso. Se for aprovada, a lei vai afetar diretamente os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial e da Série A.
“Todos nos sensibilizamos com a crise, mas sabíamos que o Prefeito jamais viraria as costas para o carnaval da Intendente Magalhães, o verdadeiro carnaval do povo”, declarou o presidente da Liesb, Clayton Ferreira.
Com o aporte, Crivella retoma os valores da subvenção do seu primeiro mandato, após dois anos seguidos de cortes. O prefeito afirmou anteriormente que o fim da subvenção para o Especial e a Série A possibilitaram o anúncio da triplicação da verba para as agremiações da Intendente Magalhães. O projeto de lei, no entanto, mal começou a tramitar, e não se sabe se passará pelo plenário da Câmara antes do Carnaval.
Livres
O acerto entre Liesb e prefeitura pode deixar a Livres, liga de escolas dissidentes, isolada. A entidade, fundada este ano, em meio a uma enxurrada de reclamações contra a diretoria da Liesb, contava que a Riotur fosse a árbitra da crise entre as ligas. (Entenda a crise aqui.)
Com o seu projeto, o vereador Gilberto vai receber nas costas, toda a ira e fúria do pessoal das Escolas de Samba, do grupo especial e da série A.