Mangueira leva afrobaianidade musical para o Carnaval do Rio em 2023

A Mangueira anunciou nesta segunda-feira (6) o enredo da escola para o Carnaval de 2023. Com desenvolvimento a cargo dos estreantes Annik Salmon e Guilherme Estevão, “As Áfricas que a Bahia canta” falará sobre a afrobaianidade musical.

“A verde e rosa mostrará as construções das visões de África na Bahia a partir de sua musicalidade e instituições carnavalescas negras, destacando o protagonismo feminino nesse processo e as lutas contra intolerância, racismo e pelo fortalecimento da identidade afrobrasileira”, promete a Manga.

O anúncio foi cercado de mistério. A escola guardou o enredo sob segredo e soltou dicas durante a semana passada, instigando a curiosidade da turma do samba.

A ideia é viajar no tempo e falar de manifestações afro na Bahia anteriores à abolição da escravidão.

“A Mangueira abordará passagens da história preta do carnaval pouco difundidas nas construções cronológicas da festa, com os cortejos pré e pós abolição da escravatura, como os cucumbis e clubes negros, resgatando saberes e práticas ancestrais, as lutas pela inserção e reconhecimento da cultura afrobrasileira carnavalesca; os embates contra intolerância religiosa e racial dos Afoxés; as denúncias de desigualdade social pela arte dos blocos afros; a expansão da afrobaianidade pelos cantares do axé”, afirma a escola, que promete jogar luz sobre o papel feminino nessas manifestações.

Leia também:
Imperatriz anuncia enredo sobre Lampião e julgamento divino ‘post mortem’ do cangaceiro
Rosa Egipcíaca conquistou franciscanos e previu casamento com D. Sebastião; biógrafo Luiz Mott revela detalhes da santa negra enredo da Viradouro
“Fui Exu”, por Demerson D’Álvaro
Como uma gira de malandro deu o ‘sinal’ para carnavalesco fazer enredo sobre Zeca Pagodinho na Grande Rio

“Todos esses processos, conduzidos com protagonismo por mulheres pretas, mães, deusas, rainhas que usaram suas ‘corpas’ e vozes contando, louvando e cantando para e por seu povo”, concluiu.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

Adicionar comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.