O presidente da Liesb, Clayton Ferreira, anunciou nesta quinta-feira, 2, que duas escolas do Grupo Especial da Intendente Magalhães (equivalente à terceira divisão do Carnaval do Rio de Janeiro) subirão para a Série A – no caso, campeã e vice de 2020.
Ferreira afirmou que a mudança foi aprovada em plenária pelas agremiações da Liesb (ocorrida no último sábado, 28) e incluída no regulamento de 2020. A alteração também já foi combinada com o presidente da Lierj, responsável pela Série A, Wallace Palhares, segundo o líder da Liesb.
“Também já foi comunicado à Riotur, que já deu o ‘ok'”, disse Ferreira ao Setor 1, após participar do programa “Vai Dar Samba” da rádio Roquete Pinto (FM 94.1). “A Lierj colocou em seu regulamento que aceita apenas as escolas da Liesb”, completou o dirigente, que também afirmou que duas agremiações da Série A serão rebaixadas.
O grupo receberá ainda as duas últimas colocadas do Especial, conforme previsto em regulamento. Com isso, a Série A teria 15 escolas em 2021, duas a mais do que a configuração atual.
Em contato com o blog, Palhares confirmou o acerto entre as ligas. “As escolas ficaram satisfeitas”, disse. Liesb e Lierj são próximas, e a dinâmica já era dada como provável logo após as mudanças nos comandos das duas entidades em 2019.
Até 2019, apenas a campeã da Série B da Intendente (na prática a então 3ª divisão) subia para a Série A, que rebaixava somente a última colocada.
No ano passado, a Acadêmicos de Vigário Geral faturou o título da Série B e vai desfilar na Série A em 2020. Já a Alegria da Zona Sul, última colocada da principal divisão de acesso, foi rebaixada e, em tese, se apresentaria entre as escolas da Liesb. A agremiação, porém, se uniu à Tradição, União do Parque Curicica, Vizinha Faladeira, entre outras, e rompeu com a liga da Intendente para anunciar a criação da Livres.
O grupo de dissidentes, atualmente com 12 agremiações confirmadas, conta inclusive com a Caprichosos de Pilares.
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Segundo Ferreira, as escolas “rebeldes” seguem na programação prevista pela Liesb. “Não mudamos nada. Até porque a Riotur ainda não bateu o martelo se eles vão poder desfilar. Pode ser que eles mesmos, ao descobrirem que não vão subir, podem querer voltar”, declarou Ferreira.
Uma mudança, porém, não está totalmente fora dos planos. “Pode ser que a gente convoque uma assembleia para discutir isso. O regulamento foi aprovado deixando essa brecha. A gente precisa da definição da Riotur”, afirmou o dirigente, que prevê a publicação das regras para os desfiles nos próximos dias.
Ferreira espera se reunir com representantes da Riotur na próxima semana para resolver a questão com as Livres, mas outro assunto deve estar na pauta: a subvenção. O prefeito Marcelo Crivella chegou a anunciar, em evento festivo com entrega de cheque simbólico, o repasse de R$ 3 milhões para as escolas da Intendente.
A promessa era iniciar os pagamentos em outubro, em três parcelas, com a última para dezembro. Até o início de janeiro, porém, nada havia sido repassado pela prefeitura, que enfrenta grave crise e chegou. A administração municipal chegou a suspender todos os pagamentos em dezembro por falta de recursos.
Um projeto para captar R$ 3,5 milhões pela Lei Rouanet foi aprovado pela Secretaria de Cultura (antigo Ministério), mas até o momento a liga não conseguiu patrocinadores.
Fusão
Após a saída das agremiações da Livres, a Liesb unificou as escolas das séries B e C em um único grande grupo, com 26 escolas. A Série D foi rebatizada como Acesso.
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