A Vila Maria levará o Anhembi em 2018 um enredo que terá o México como protagonista, mas com um homenageado em especial: o ator Roberto Bolãnos, morto em novembro de 2014, que viveu por anos na pele de Chaves e Chapolim.
A escola inclusive convidou integrantes do elenco dos programas e parentes de Bolaños. Alguns devem vir.
O carnavalesco Fran Sérgio conversou com o Setor 1 para explicar o enredo, falar sobre a experiência em São Paulo e sobre Beija-Flor, sua casa durante anos.
Veja o papo íntegra:
A Vila Maria é sua primeira experiência em São Paulo. Como vem sendo?
Tem sido bem legal. Engrandecedor como experiência. É um Carnaval diferente, apesar de ser o mesmo tipo de espetáculo. É uma cidade diferente, com pessoas diferentes, com um público diferente. Estou crescendo muito com isso, é mais coisa para minha bagagem, com outro formato de Carnaval. Estava há anos na Beija-Flor, e chegou uma hora que saturou mesmo.
Você levou gente do Rio para trabalhar com você em São Paulo?
Sim. Levei uma parte e misturei com um pessoal que já estava na escola. Estou mesclando os estilos de São Paulo e do Rio, mas sem descaracterizar a escola, que é paulista. Tem que ter muito cuidado com isso.
Como você amarrou o enredo?
É uma grande exaltação ao México, uma história contada pela Vila Maria com o olhar do Roberto Bolaños. Contaremos a história desde o início, com os pré-colombianos da região, em especial os astecas, depois a chegada do espanhol e tudo que resulta dessa mistura, do Velho Mundo com o Novo Mundo. Falaremos também de grandes figuras, como Frida Khalo e o próprio Bolaños. E tudo termina numa grande festa, como no Brasil. Os países são muito parecidos.
Quando o enredo foi lançado, houve quem entendesse que era sobre o Bolaños, especificamente.
Nunca foi sobre ele. Mas o Chaves é um grande filho do México, e o Brasil é o maior fã-clube dele. Nossa ligação é direta. É o olhar dele, com humor inocente, mas é uma exaltação ao México.
Os integrantes do elenco do Chaves e Chapolim virão para o desfile?
Foram feitos convites para todos, mas não tem nada certo ainda. O ator Edgar Vivar, que interpreta o Senhor Barriga, foi o que deu mais chances de vir. Familiares do Bolaños também foram convidados, e o filho dele (Roberto Gómez Fernández) deve participar. Ele inclusive autorizou a citação do pai no desfile.
Esse enredo pode chamar atenção de quem não liga para Carnaval?
Já está atraindo atenção. Nesses tempos de crise, é bom jogar luz sobre personagens que trazem alegria.
No ano passado, a Beija-Flor inovou e fez grandes alas com componentes usando fantasias diferentes. A ideia não foi bem recebida pelos jurados.
É um risco. Sempre que você faz uma coisa nova, há o risco de não aceitarem. Isso é normal. Como a beija-Flor é uma escola de força, ela decidiu que seria assim e foi, sem medo. Podia ter dado muito certo também. Não deu tanto efeito, mas foi legal de fazer também. Foi um teste.
Ficou alguma lição da experiência?
Algumas coisas eu repetiria. Outras, não. Eu não repetiria a mistura, principalmente das cores. Não me agradou. Mas o tamanho das fantasias, sim, deixaria pequenas, mais leves.
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