O nome de Zeca Pagodinho já pairava sobre a Grande Rio desde o ano passado, enquanto a escola ainda preparava o desfile campeão sobre Exu. Segundo um dos carnavalescos da agremiação, Leonardo Bora, a ideia de dedicar o enredo ao sambista passou por alguns estágios até amadurecer, mas houve um sinal decisivo pela escolha.
Na noite do sábado 22, dia do desfile oficial da Grande Rio, Bora estava sob o carro abre-alas dando os últimos retoques quando veio o “chamado”.
“A resposta definitiva veio na concentração. Já era noite, e eu estava debaixo do platô do abre-alas terminando de pintar umas raízes. Foi a última coisa que a gente fez antes de sair para tomar banho e se preparar pra para o desfile”, relata Bora, em live do programa Bar Apoteose, do canal de YouTube TV Paticumbum.
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“E começou a rolar uma roda de malandro [linha de entidades da Umbanda] na rua, com o pessoal da força [trabalhadores da Grande Rio]. Ali já havia uma energia, um clima… E eu estava debaixo do carro ouvindo, a gira [ritual da Umbanda] girando, a maior empolgação, o batuque… E a gira terminou com uma música do Zeca. Eu falei: ‘então tem alguma coisa aí'”, completou o carnavalesco, revelando ainda que o samba que encerrou a gira foi “Patota de Cosme”.
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Bora deu pistas de como ele o carnavalesco Gabriel Haddad pretendem trabalhar o enredo sobre Zeca Pagodinho: menos biográfico, mais sobre o universo do sambista.
“O nome já vinha sendo debatido, e muito a partir desse olhar para as coisas do subúrbio do Rio de Janeiro. A gente continua pensando em religiosidades populares, esse trânsito da fé que passa pela linha do trem, pela ‘fezinha’ na esquina e termina tomando um gole de cerveja sob o sol de meio-dia diante de uma igreja”, afirma Bora.
Bora e Haddad afirmaram ainda que a ideia de fazer o enredo partiu deles, os carnavalescos, e não da diretoria ou de um eventual patrocinador.
Segundo Haddad, o desfile sobre Zeca Pagodinho já estava nos planos desde meados de 2021.
“A gente vinha pensando [no Zeca] desde o meio do outro ano [2021]. E pensávamos o que faríamos depois de Exu, que era a aposta mais alta. O Zeca é uma reviravolta. A gente vai continuar olhando para a comunidade de Duque de Caxias, da Grande Rio, com carinho para essa ligação da escola com seus componentes. É olhar para o Zeca e pensar nas pessoas que estarão nos ensaios e na Sapucaí”, disse.
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