Rosas de Ouro evita destacar genocídio em desfile sobre armênios

André Machado, carnavalesco do Rosas de Ouro – Romulo Tesi

O Rosas de Ouro levou para o Anhembi neste sábado o enredo sobre os armênios, mas preferiu dar pouco espaço no desfile para o genocídio do povo homenageado pela escola.

A matança generalizada dos armênios pelos otomanos na década de 1910 foi lembrada de forma breve na comissão de frente e uma ala, mas não de forma direta. E as menções ao período se encerram aí.

O carnavalesco do Rosas, André Machado explicou ao blog que chegou a remeter aos armênios próximos à escola a opção, e eles concordaram com o projeto.

“É um povo que sofreu muito e quer que as pessoas conheçam essa história, mas o enredo é cultural, e não político”, defendeu Machado.

Segundo estimativas, cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos pelo hoje extinto Império Otomano (que, reduzido, se tornou o que atualmente é a Turquia), o que forçou a diáspora armênia. O Brasil foi um dos destinos.

“Eu evitei falar do genocídio porque foi um período muito triste para eles. Eu não consigo imaginar alguém feliz cantando, sambando, feliz, em um carro alegórico que simboliza algo tão triste”, explicou o carnavalesco.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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