Gaviões refaz parte de enredo sobre tabaco para falar de cigarro: ‘hoje é mal visto’

Carro abre-alas da Gaviões da Fiel na concentração do Anhembi – Romulo Tesi

A Gaviões da Fiel precisou rever pelo menos uma parte do enredo sobre tabaco, de 1994, reeditado este ano e apresentado no desfile deste sábado, último dia do Grupo Especial de São Paulo.

Em meados da década de 1990, os malefícios do cigarro não eram tão populares – em alguns casos, desconhecidos. Por isso, no desfile original, o cigarro era visto com certa condescendência.

O elogiado samba, por exemplo, faz um leve alerta, quase em tom jocoso, sobre os possíveis problemas de saúde dos fumantes. A letra fala em fumar pouco, bem diferente da dureza do discurso das campanhas antitabagistas atualmente.

“Foi a única parte que tive repaginar”, conta o carnavalesco Sidnei França, que esclarece: a Gaviões não quer ser vigilante dos fumantes.

Carnavalesco da Gaviões da Fiel, Sidnei França – Romulo Tesi

” Há 25 anos, o conceito de fumar cigarro era diferente, muito mais próximo de algo aventuresco. Hoje é mal visto. Tive cuidado de não fazer julgamentos. A escola não diz se é certo ou errado. Cada um é dono de si”, disse França ao blog.

O enredo “A saliva do santo e o veneno da serpente” valeu um vice-campeonato em 1994 para a escola corintiana. A agremiação foi a última a desfilar, já nas primeiras horas da manhã de domingo no Anhembi.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

1 comentário

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  • Para quem nao é corinthiano, é dificil de explicar o que esse samba significa. Em casa, no estadio, em festas… esse samba acompanhou os torcedores. Faz parte da nossa vida. Vivo em Monza e eassisti ao desfile, emocionada, lembrando dos momentos nas arquibncadas, nas ruas, em casa com o meu violao…