Martinho da Vila ‘comemora’ exclusão de biografia e critica presidente da Fundação Palmares: “preto de alma branca”

A Fundação Palmares retirou, em 2020, a biografia de Martinho da Vila e outras personalidades negras da página oficial da entidade, como Gilberto Gil e Elza Soares. Nesta segunda-feira, 16, ao comentar a exclusão, o sambista comemorou não ter seu nome associado à Palmares, atualmente sob forte influência bolsonarista.

“Graças a Deus. Não quero ter meu nome ligado àquela organização”, disse Martinho em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Para o sambista, a fundação “acabou”, e apontou o presidente da entidade, Sérgio Camargo, como responsável pelo esvaziamento do órgão. Segundo Martinho, a missão de Camargo – “um preto de alma branca” – é justamente acabar com a fundação.

“A Fundação Palmares foi criada para tratar dos assuntos da cultura negra em geral, e botaram aquele lá, o Camargo, bolsonarista radical. Ele é um preto de alma branca [risos]. No duro ele gostaria de ser branco. Ele se sente branco, e tem que acabar com essa coisa de preto. No duro ele está cumprindo seu papel, que é acabar com a Fundação Palmares”, declarou Martinho.

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O cantor e compositor, enredo da Vila Isabel no Carnaval 2022, crê que a saída seja fundar uma nova entidade, mas não de governo, como é a Fundação Palmares.

“Para mim a Fundação Palmares não existe mais. Não está exercendo função nenhuma. Acho que nós temos que criar outra fundação. Aquela já era. E na sociedade civil, sem ser governamental”, concluiu.

Romulo Tesi

Romulo Tesi Jornalista carioca, criado na Penha, residente em São Paulo desde 2009 e pai da Malu. Nasci meses antes do Bumbum Paticumbum Prugurundum imperiano de Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Rosa Magalhães, em um dia de Vasco x Flamengo, num hospital das Cinco Bocas de Olaria, pertinho da Rua Bariri e a uma caminhada do Cacique de Ramos, do outro lado da linha do trem. Por aí virei gente. E aqui é o meu, o nosso espaço para falar de samba e Carnaval.

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