O aposentado Marcos Barcelos completou 70 anos na última terça-feira, 14, mas teve que adiar a festa por causa da pandemia de coronavírus. O aniversário, porém, não passou em branco. Os amigos se juntaram e organizaram uma surpresa para ele, que ganhou uma homenagem com flores, foguetório e carro de som – tocando samba da Portela, sua escola do coração, é claro.
“Eu não esperava essa homenagem dos meus amigos, fiquei doido de alegria. Muito bom ter amigos para esses momentos de felicidade que passam pela vida. Temos tristezas, mas também muitas alegrias. O ano todo para mim é festa”, disse tio Marquinhos, como também é chamado, ao Setor 1.
O portelense protagonizou mais uma das cenas emocionantes proporcionadas pelo isolamento social dos tempos de pandemia de coronavírus. Em vídeo publicado no Twitter pela porta-bandeira Amanda Poblete, da Viradouro, Marquinhos aparece com as flores na mão dançando e sambando diante de um carro de som, que toca “Portela na Avenida, acompanhado por familiares e vizinhos. E debaixo de chuva.
Gente, meu vizinho tá fazendo 70 anos hoje. Boêmio, sambista apaixonado pela Águia, tio Marquinhos, recebeu de presente dos amigos flores, queima de fogos e um carro de som tocando os sambas da amada Portela dele!
— Amanda Poblete (@amandapoblete) July 14, 2020
Com direto até a dancinha na chuva 🥰 @PortelaNoAr @lucinhanobre pic.twitter.com/dbM0pWIYHL
O vídeo foi compartilhado por famosos, como a porta-bandeira da Portela, Lucinha Nobre e o ex-prefeito portelense Eduardo Paes, além da própria escola. Marquinhos é, inclusive, da Ala dos Compositores da Portela desde 1998, com algumas finais no currículo. O autor tem uma vitória conquistada na Tradição, em 2008.
O poeta assina seus sambas como Marquinho Imperador, título tirado do nome da rua em que mora, em Realengo, na zona oeste do Rio.
“Fui criado em Madureira, e depois que casei vim morar em Realengo. Mas tenho a Portela no meu coração sempre”, declara-se o sambista, que não vê a hora de voltar à quadra da escola – e não só a Portela.
“[Depois da pandemia] Vou continuar fazendo aquilo sempre fiz, frequentando a Portela. Mas costumo ir à Mocidade também”, contou Marquinhos, que tem acompanhado pela internet a disputa de samba de outra escola vizinha, a Unidos de Padre Miguel, da Série A.
Apesar da ansiedade, Marquinhos preza a saúde e não tem pressa para retomar a rotina de sambista.
“Um dia essa pandemia vai acabar, e a nossa rotina, de todos o povo carioca, vai voltar”, prevê o portelense, que ainda não pensa na “festa da forra” no próximo aniversário, mas admite: “por mim a comemoração pode começar até amanhã”.
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